sexta-feira, 23 de novembro de 2012


Envelhecer explodindo de vida, alimentando-se do prazer. Envelhecer com os amigos, com os vizinhos, sem importar-se muito com o dogma e a sombra do preconceito. Envelhecer na santa paz de Deus, com a genética que Ele nos deu, envelhecer com Fé. Fé, paciência divina, que sustenta o espírito e faz da alma um menino travesso, sapeca e feliz... Fé de um guerreiro e de um aprendiz.
Envelhecer com a saliva e o paladar presentes na boca, com as lágrimas banhando os olhos, com a pele bronzeada pelo sol e pela lua, envelhecer com um sorriso largo no rosto afável, envelhecer como o bem que se quis, enxergando-se à frente do nariz.
Envelhecer não é tão doloroso assim. Para alguns é o fim do mundo, e eu me pergunto: - O mundo tem fim? Envelhecer é ganhar do tempo o tempo exato e lapidado para saber aproveitar, compartilhar, multiplicar todas as belezas e obras do sol nascente. Por que a sua idade mente?
Envelhecer é fazer da abobrinha o prato do dia e do açúcar a festa de domingo. Envelhecer é comer pela manhã, exercitar o corpo à tarde e relaxar ao anoitecer. É ir a praia, ao mercadinho, é ver novela, é ir ao cinema, ao shopping, é estar perto do que temos direito, é ser livre, é valorizar a pátria das células, o sangue que transita nas veias, e controlar a oxidação dos tecidos. Envelhecer é trazer no peito a medalha dos filhos, dos netos, dos bisnetos... é ver a cegonha várias vezes por ano, milhares de vezes sobrevoando o céu. Envelhecer é dar o colo confortável, o ombro, o abraço, o beijo apaixonado na face de um mimo querido. Saber envelhecer é qualquer carinho!
O que são as doenças? Elas dão na gente e não nas pedras, dizia a minha avó. Nunca escolhe o dia mais certo ou o mais errado para chegar e nem mesmo bate a nossa porta como uma convidada exemplar. Doença é coisa de velho... você tem certeza do que fala ou pensa???. Cuidado com a sua crença.
O controle da mente, a vontade de existir, a mão firme mesmo que frágil, um dia menos triste, espanta qualquer vírus, nos livra da maca, do convênio e da emergência.
Envelhecer é estar de bem com as árvores, é ver o pássaro colorido, é respeitar o tempo da felicidade, é gostar-se como se gosta dos amigos. Envelhecer é cantar, dançar, acreditar na sabedoria. Envelhecer é algo que me anima, possui ritmo e melodia. É experimentar prazeres e galgar descobertas.
Ah, este envelhecer transformou-se em arte, Van Gogh, Monet, Sinatra. Envelhecer é dar bombom aos netos, é brindar a tecnologia. Meu avô, minha avó... Velhos amados, que eu pude ter. Estar velho, antigo, idoso seja qual for o nome dado, importa muito pouco o rótulo. Importa muito mais a garantia de vida. Os hormônios, a atividade física, são recursos que podemos optar sem desmerecê-los. O sexo está no desejo e devemos a ele saciar.
Amigos, aproveitem, envelheçamos sem preconceitos, quero vê-los na casa dos 90 com os nossos 30, 40, 50 e etc.
Quero estar onde vocês estiverem, com ou sem rugas, com ou sem cabelos brancos, mas repletos de paz e alegria! A vida não se aprende nas cartilhas, ela está em nossas mãos! Envelhecer exige acima de tudo perseverança e muita paixão.

sábado, 3 de novembro de 2012

A arte de ser feliz 
Houve um tempo em que minha janela se abria 
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. 
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. 





Cecília Mireles

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Saudade

Quero um trem para a saudade
Um trítono incomodando a música européia de câmara
quero a escala heptatônica que não pode chegar ao fim
Minha burca de volta
Meus pára-quedas enluarado
Quero sementes de morfina pra quando a dor chegar
quero aproveitar o sol para quando a chuva cair
Sair nela chupando os artifícios do ar cheio de metais
E do metal precioso que um si bemol desafiador
Quero a afinação em Lá
Pois lá chegaremos com impulso gravitacional
quero sonhar com seus lábios de boca maior que meus sonhos
Não quero sua língua afiada em português clássico
Quero 'uai', 'talvez, meu filho', quero um beijo assassino de graça
Tantas trapaças que o tempo te dá
E peças que os destilados deslizantes de veneno calam
Quero a morte e a vida num brilhante dueto
Quero o seco, a economia de segredos, a poesia escarnada
A ordem mítica das canções modais
o erro plácido da noção de juízo
o Medo ácido do ruído nas músicas de câmara
Isso é física e matemática, brother
isso é espécie humana em movimento acelerado
hematomas, hemorroidas e cansaço...só pra escutar balela
Um poema antigo de Burroughs
Um mapa novo das mentiras que não disse
Mandei meus poemas pra bela moça
Ela tem de tê-los para quando eu não mais for entre vós
Abra a janela dos sentidos e vem ver o que me matou
Foi ao jogar call of duty sem capacete apropriado
Quero um uníssono para o sono e um ônibus pra saudade
Hoje o curral está aberto, as vacas serão marcadas a ferro e fogo
Não quero mais essa prisão
E agora sei tudo sobre o que quero
Só me resta querer.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Essência

Murcha a flor
Fica a essência.
Vai a dor
Permanece a
Lembrança,
Insistente.
O sorriso desmaia.
O riso se expande,
Insano.
Clama urgência,
Pra não se morrer
De amor...
Amor e flor,
Fica a essência!

por:: Suzete Torres





segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Sonho primaveril

O vento se amorna 
O céu se empoeira
As folham caem...

A chama interna
Da primavera já
Se manifesta...

Estação colorida,
Qual um festival
Em tons de terracota
Aliada aos infindos.

O silêncio se impõe
Mas não há como!
As flores dançam,
Os corações saltitam

Sucessora do inverno,
Faz sua ronda costumeira
Folheando a vida
Salpicando brilho...

Não há de ficar indiferente,
À paisagem nova, promissora.
Há de sonhar belos sonhos,
Sem coragem de dizer que é
Fantasia.....

autoria:: Suzete Torres


domingo, 2 de setembro de 2012

Ensaio

Cada dia, uma esperança nova,
E assim...cada mês , cada ano.
Eis-me aqui, sem talento algum
Tentar escrever alguma coisa
Que me revele ou que desvele
O véu já roto, empoeirado e
Desgastado que disfarçou
Dores e dissabores, horrores
E espantos, risos e lágrimas.
De um sobrecomum esfôrço
Quero extrair da alma, uma
Centelha, mesmo que derradeira,
Que propague em vertiginosa chama,
O verbo esquecido, a sentença com sentido.
E, consentido o brilho, pego carona com
Essa primavera....sem promessas!


autoria:: Suzete Torres




quinta-feira, 5 de julho de 2012

Andeja

Entre laços, nós e desenlaces
Fui trilhando meu caminho...
Deixei impresso, o meu suor
Na tinta fresca do universo

Como pássaros que anseiam
Por uma tarde florida, fui
Amassando a vida pra
Encontrar canteiros...

Andei por vazias plataformas,
Exasperei, chorei...
Fiei meus sonhos em fantasia,
E como um novelo se fez

Tanto se perdeu na teia do
Tempo! Mas ficou invicta
A alma...nas beiradas do
Mundo hei de encontrar muitas flores"!


por;;Suzete Torres

sábado, 30 de junho de 2012

De passagem....

De passagem eu fui sua,
Não só vestida, como nua
Doei minh´alma à sua,
Como o céu para a lua.

Hoje, concedo a honra
Ao seu corpo esvanecido
De tocar em silêncio, a
Minha vida, sem a sua

É tempo de colher o que
Há em meu ser...
Não tenho culpa, querido
Que a lua não é mais sua!
                                                                   

                                                             Suzete Torres

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Nos bastidores





Difícil é não ser...

Na coxia da vida,

Eu sou...

Quando as cortinas

Se abrem, não sou

Mais...







Sou o papel que

Me foi dado...

Sem talento, sem

Paixão...

Porque não sou

Atriz...

Sou mulher!

Simples assim...




Mulher de um só

Espetáculo...o da

Luz nas entranhas...

Mulher que sob

Uma cortina branca,

Não gritou...







Mordeu os lábios,

Num contido momento

De dor e, depois, extenuada,

Sorriu...







Difícil é não ser...

Na coxia da vida eu sou.

Sou eu mesma, a ciscar

Um sorriso, um afeto,

Um torrão de açúcar

Que me adoce o ser

Que sou!


por:: Suzete Torres












sexta-feira, 20 de abril de 2012

Bem-me-quer....

Vi meu humilde bem querer
Rasgando as folhas, ficando
Simples e sem fonte...

Vi meu suntuoso mal querer
Vadio e acorrentado à mercê
Da sorte...

Bem-me-quer, mal-me-quer...
Se bem me quis, eu também
Se mal me quis, eu bem quis!

Da folha do bem-me-quer
Eu só vi o amor...
Da folha do mal-me-quer,
Só a dor...

Mal-me-quer, bem-me-quer...
...a agonia da folha, querendo
Só bem-me-quer!

por:: Suzete Torres




















quinta-feira, 19 de abril de 2012

Folha em branco

Quero uma folha em branco,
Tão branca como o lírio em haste,
Antes do câmbio da tarde...
Dardejar muito brilho com salpicos
De lantejoulas,
Lambuzar de cores, meus dedos já
Entumescidos,
E percorrer a folha com toda liberdade.
Depois, sem repasses e acertos,
Ver a folha subindo pelas mãos de um
Menino...empinada com louvor até 
Desaparecer no espaço, ficando só 
Réstias de luz, imanentes das lantejoulas!
Para os ares a folha em branco...
Só o lúdico em cores!...


por::: Suzete Torres









segunda-feira, 16 de abril de 2012

O Relicário

Guardei num relicário todo meu amor...

Essencialmente, o maior e mais raro dos

Sentimentos...

Fios de filigrana para ornar minha alma,

Guardei...

Notas do coração de uma essência, guardei.

Juras, palavras, carinhos, êxtases, perdão,

Lágrimas, risos, sonhos...uma vida guardei!




Abrir o relicário é preciso...uma ultima vez.

Depois, incinerá-lo e vislumbrar a chama.

O lacre oxidado pelo tempo se faz difícil

Para minhas mãos que fremem de medo.

Receio um frenesi...é preciso força!

Sei que sentirei o avesso da alegria...




Depararei com o contorno de mim,

Com minha alma ainda inteira, com

Meu corpo nu cheio de prazer e vida.

Sei que sentirei o avesso da alegria...

É morte que desejo ali...

E, se é morte que desejo, e, sendo a

Morte, definitiva e resoluta, que eu

Então não abra o relicário, nem lhe

Atei o fogo...




Penetrarei ao fundo de mim mesma,

E buscarei a menina que sustenta

Essa mulher triste...a menina que

Não quer morrer...senão consigo mesma...

A menina que não terá mais relicário porque

Aprendeu que guardar quimeras faz sombra

Fria, ao coração!


por:: Suzete Torres



















































quarta-feira, 11 de abril de 2012

Murmúrio

Dentro de mim há um rio que murmura...
A água da minha sede ignorante por ter
Desejado tanto, amado tanto, querido tanto!
Banhei todas as floradas de esperança, para
Afinal, sentir-me  ressequida, frágil, quebradiça,

Na estrada deserta, onde tudo é dúvida, tudo
Não passa de um eco no vazio torpe da pedra
Que oscila à procura do equilíbrio.
Dentro de mim há um rio que murmura...
A água arrastando obstáculos, abrindo um
Percurso novo, lavando a lama, murmurando 
Vida... agora, de gota em gota pra se viver!


por:: Suzete Torres








terça-feira, 10 de abril de 2012

O amor, mais uma vez...

Aventure-se numa estrela,


Para que eu possa lhe ver!


A beleza indizível do amor


Será o meu guia noturno,


Para eu lhe reconhecer...


O brilho terá de ser claro,


Mas de leve e devagar...


Só assim me sentirei única


À luz dos olhos seus!..




Se houver demora ao fitá-lo,


Será o momento do tempo,


Me entregando a certeza de


Um adeus que ficou por dizer,

Até mesmo na hora em que se

Diz adeus!...

por:: Suzete



















domingo, 1 de abril de 2012

A muda



Poda, apara, cuida da muda
Que muda de lugar para fortalecer
A raiz e preservar a espécie.

É preciso sol, mas nem tanto.
É preciso sombra, mas nem tanto.
Muito equilíbrio no trato, é preciso.

Muda de lugar, a muda...outro espaço
Na terra...nada de adubo inventado, só
Mesmo o que for natural...mais nada!

Água limpa pra orvalhar, amor no cuidar,
E terá a muda mudada, conquistado o
Seu lugar...

Aí então, no silêncio perspicaz da natureza,
A muda vingará...verdejante e robusta...
É vingado o destino, massacrante, da espécie!

autoria:: Suzete Torres

quinta-feira, 29 de março de 2012

Águas de verão



Águas tardias encerram o ciclo de verão.
Assim é a vida...feita de ciclos; ela é cíclica.
Esperanças ressecadas pelo cansaço de esperar,
Dão lugar a outros anseios...que terminarão na
Esperança de que desta vez, nada irá se perder.
Só que para existir, criar, recriar, é preciso ser!
Como as campinas que recebem a chuva, sedentas,
Não mais suportando o que as aniquila, o coração
Da criatura também é provocado pela mesma dor...
O coração é humano, até mais que a vida...
O coração está para o homem como o campo para
A verdejante manta que o faz belo!
São assim, as chuvas de verão...tal qual a vida!
Sempre haverá um "grand finale", antes que desçam
As cortinas...outro espetáculo vai começar!

autoria: Suzete Torres

O espelho II




Perguntaram-me como era o meu espelho...

Descrever espelho?! pensei.

Difícil...espelho é espelho, uma superfície

Polida que reflete luz, eu disse.

Novamente a pergunta:---- mas, o seu espelho?

Bem, para não faltar resposta, falei um pouco

Sobre a moldura do meu espelho. Disse que

Era oval e moldura comum, de madeira e ainda

Acrescentei ser bem antigo.

---O seu espelho, novamente a pergunta.

Pensei, pensei, pensei...resolvi caminhar até

O meu espelho...

Hábito esse, de todos os dias. Enfim...




Fixei meus olhos no espelho por alguns segundos.

Rapidamente vi, muitas linhas, uma película opaca,

Manchas arroxeadas, poucos pelos, duas contas

De um verde desbotado e dois traços levemente

Rosados.




Voltei até à pessoa que queria saber como

Era o meu espelho.

Com presteza, disse::---ah! agora entendi.

Descrevi os detalhes do espelho. Não queria

Mais perguntas. Percebi que a pergunta foi

Respondida.




Descolada de mim, como peixe ao se desencostar

Do vidro do aquário, pus-me frente ao meu espelho.

Resolvi recriá-lo...mais uma vez!

No momento impronunciável, onde só fiz permitir a minha

Sensibilidade, removi os estilhaços dos instantes de outrora,

E o poli com delicadeza. Nada mais foi preciso. Estava eu

À frente do espelho, refletor de minha alma.

Mesmo só, levemente inclinada...me enxerguei erétil, e, em

Perspectiva...ainda melhor!

autoria:: Suzete Torres


















quarta-feira, 28 de março de 2012

Pensamento...

As feições, lembrando o mármore de

Um altar, impunham reverências para

Se tocar...

Como cálice âmbar de cristal, as formas

Feitas de mortal beleza, compondo a

Silhueta semovente, passeiam céleres em

Meu pensamento.








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A boca jovem, ainda úmida, vejo.

E como faróis a alternar a luz, os

Olhos...do jade à água marinha,

Que de tão tristonhos...distantes.








Eis o esboço, hoje mulher, que guardo

Como segredo dessa miragem solta...

Se debalde for tanta minúcia recordada,

Não sei então porque rondar meu pensamento.



Se nesse quadro houver qualquer

Veracidade, fui eu a musa inspiradora

Do artista...


por:: Suzete Torres




terça-feira, 27 de março de 2012

Minha dor

Chora manso o meu íntimo
É dor...mas a dor enobrece
Sem gritos, sem desrespeito.
Encerra em silêncio...nada
Vale o desespero...
Espio do lado de fora, a dor
Por dentro; é crucial que eu
O faça...até a dor pede um
Olhar... 
Humildemente peço por nós:
"Ventura"...mais nada!






por:: Suzete Torres

segunda-feira, 26 de março de 2012


O Vento

Vento que salpica a poeira
Disfarçando dos olhos
O pranto da amada...

Vento que seca lágrimas
Deslizadas nas faces
Por total sofrimento...

Vento que balança as árvores
Abanando das folhas a
Antiga ternura...

Vento que sopra o destino
Levando o velho
Prometendo o novo...

Vento que alcança o perfume
Das flores me trazendo lenta
A lembrança do alento!

por::Suzete Torres








segunda-feira, 19 de março de 2012

Como a amoreira...




Vazio de amor, vinha


Cálido e sedento, como
Andorinha perdida,que
Dispersou do seu ninho.
Meus lábios, qual amora

Em licor, foram o cálice
Que o fez ébrio do visco

Doce dos lábios meus...



Meu corpo, quase frêmito de

Tanta espera e desejo, hospedava

O seu como anfitriã que não nega
O acolhimento...
Sempre tão breve
Era a sua despedida, mas
Sem nunca acenar um adeus!

Como a amoreira que cede

Às suas folhas, o bicho-da-seda,
Fomos tecendo o nosso mistério

De amor...revestido em seda fina,

Perolada e rara...como o fluido

Volátil que o desfaleceu pra sempre,

Num silêncio inquebrantável...como

Gosta, a chama!





autoria:: Suzete Torres




























































domingo, 18 de março de 2012

...Quase uma prece


Na vida tudo é movimento.
A natureza se move a cada instante...
A vida é um viveiro de pássaros,ornado
De rosáceas e arabescos...É bela! mas...
É preciso ficar atento, e , pousar leve,
Quase em silêncio, no tapete árido do
Tempo, senhor da razão, implacável.
Ouvir os acordes que vêm de longe, é preciso.
Escutar o coração, é preciso.



É preciso rogar pra chover no Norte,
É preciso a noite pra se ter o dia,
É preciso parir a pérola, a borboleta, o filho.
Chacoalhar os sentimentos, é preciso.
Ao sol, tirar-lhes o mofo,
À lua, banhá-los de luz.
    É preciso orar pra que demore a morte,
    É preciso um trevo...pra atrair a sorte!




   autoria:: Suzete Torres








    











quinta-feira, 15 de março de 2012

Negra rosa...




Teu perfil caminha pela casa.

Sugere um botão de rosa... de um

Escuro melancólico, lembrando teus

Olhos...uma luz sempre disfarçada.

Foste  segredo o tempo todo, mesmo

Em estradas planas. Ao contrário de mim...

Luz aberta, afluindo todo o tempo,

Para o amor expandido, mergulhado.

Foste o todo da metade, o espaço criado,

Compilador de silêncio, deixando deserta

Minha alma.

Imantaste meu coração.

Agora, por apego, caminha pela casa,

A procurar um canto...

Fique à vontade..ajeite-se!

Preciso olhar as estrelas, na noite.

São elas que me levam a refletir.

Sem o brilho intermitente das estrelas,

Enxergarei negro, todos os botões de rosa.

Aí então, nada valeu a pena!

Púrpura, amarela, vermelha, azul...

Cores que outrora, tanto quis 

Que enxergastes em mim!




"Obrigada, no entanto, pelos êxtases vividos e compartilhados"!


por:: Suzete Torres












quarta-feira, 14 de março de 2012

....É preciso

É preciso muito zelo,
Leveza, carinho...
Com o coração de
Uma mulher!


É preciso flores, 
Perfume, mimos...
Para a alma de 
Uma mulher!


É preciso o rouxinol
Cantando em sua janela
Para o desperta alegre
De uma mulher!


Mais que isso é preciso...
Compor em verso,
Uma melodia
Para tocar o mistério
De uma mulher!


E, a cada instante pedir
Baixinho,  perdão por




Querer tanto...
Essa mulher!


autoria:: Suzete Torres

























terça-feira, 13 de março de 2012

Rua São José

Foi assim: 
                Acordava com o raio de sol,
                Entrando pelo meu quarto,
                Mandando embora a penumbra
                Do sono...
                
                Café com leite à mesa, pão quente
                E manteiga...às vezes um pedaço de
                Queijo ou ovos na manteiga.  
                Uniforme passadinho, mamãe fazendo
                Um carinho...


                Vai com Deus, "venha pela sombra"...
                Era o jeito antigo de recomendar cuidado.
                O tempo contou depressa os ponteiros do
                Relógio...
                Tempo bom era aquele!..


                O que foi não mais será, tem de acostumar.
                Difícil deixar de lado, essa tal nostalgia...
                Mas venha e venhamos, não seria tão bom
                Se esse tempo voltasse? Que tempo bom, 
                Aquele!..


"Sem reminiscências, não é possível ter história"!

   autoria:: Suzete Torres
                       

segunda-feira, 12 de março de 2012

Como antes...




Tudo será como antes,

Quando a nuvem espessa,

No céu  dispersar.

Haverá o azul,

A lua, de norte a sul.

Haverá a estrela cadente,

E em pensamento, um pedido

Como presente.

Haverá ao longe o canto dos pardais,

O acorde afinado das confidências poéticas!

A tez clara, como antes, haverá...

A face desembaraçada, cai o peso do aço!

Haverá alvoradas e crepúsculos,

E o anoitecer,ah...se haverá!

Anjos pelo ar , raios de luz.

Aroma de malva bailando no incenso,

Na tênue fumaça, fios de algodão,

Memória da nuvem quando espalhou!..

Haverá de ser tudo que preciso!














autoria:: Suzete Torres



























sábado, 10 de março de 2012

Pra lá do horizonte





É bem lá, onde o horizonte não termina

Que o pregoeiro do amor esconde sua

Magia...

Vem de lá, a faísca que o vento sopra,

Incandescendo a alma, iluminando o vazio.

É lá, que o pregoeiro do amor finge não

Saber da chama que invade as melodias.

É pra lá, onde o horizonte não termina

Que levo meu pensamento, até que meu

Amor transmute, somente em poesia!

autoria:: Suzete Torres


sexta-feira, 9 de março de 2012

...Mãos

Mão tenra, túmida de ceiva
Espátula benigna que semeia
E colhe, com promessa e
Encantamento...
Fremente como um caule frágil,
Carrega a inesperada gestação
De um mistério rejeitado pelo
Não afeto, pelo não amor....
Hermeticamente, na solidão,
Busca no molusco, a concha
Que guarda sua pérola... e,
Feliz, segue em silêncio,com
A luz do dia... a noite não demora!













autoria:: Suzete Torres

quinta-feira, 8 de março de 2012

Alados ( Conto em poesia)



Minhas asas cruzaram as tuas,
Enquanto, no espaço cósmico,
Cintilavam as mais belas cores,
Ora em círculos, ora em espiral
Mixando as matizes , sutilmente
Estonteantes... 


À procura de liberdade, tu e eu
Abstraídos e alados,vivendo um
Pedaço de tempo, acasalamos
Nossas asas, por um sempre que
Não existiu...


Como todo pedaço de tempo, o
Nosso também morreu.
Outros vieram... morreram, mas
O cosmo ainda cintila, as cores
Se misturam, ainda...


Estivestes, talvez, distraído ao
Alçar um voo tão definitivo?
Sinto não saber se subistes em
Círculo ou em espiral...
Ao ver a lua, penso em círculo...
Ao sentir o vento, penso em espiral!..








autoria:: Suzete Torres

















quarta-feira, 7 de março de 2012

MULHER



Há um mistério qualquer, envolto em seda,

Qual pérola de água doce, de notável brilho

Pela luz do luar...flash de beleza que nunca

Termina.

Há um mistério espraiado no nada, onde num

Vazio branco, tudo abunda e se completa...

Há o amor fecundo, nunca derradeiro, a luz que

Não se apaga, a fibra das entranhas, há o coração

Acolhedor...mensageira do silêncio, és tu Mulher,

O mistério que se cala em toda a natureza!..

Mulher...o mel preferido pelo beija-flor!










autoria::: Suzete Torres














terça-feira, 6 de março de 2012

...e nem chegou o outono!






Desagarradas de suas hastes,

Secas e quebradiças, desfalecem

No solo ardente, as folhas dessa

Estação, que tristonhas e avulsas, num

Movimento de partida, se vão...




Frágeis, desprotegidas, amareladas e

Combalidas pelo sol castigante do

Verão, vão elas, arrefecidas, do verde

Que iluminou o corpo que as sustentou.

Sem água e sem ar, exaustas de calor,

Vão as folhas prenunciando a vinda da

Nova estação...




Faz-se a iminência do outono na anfitriã

Atmosfera que recebe com um certo refresco,

A visita do novo tempo...

Tempo de belos ocasos, linda manhãs, noites

Brisadas , luares de inspiração...

É o outono o declínio das antigas paixões, das

Madrugadas convulsas em pensamentos vãos.

No outono me sinto viva, pronta de coração, e,

Num movimento de encontro com minha haste

Vazia, tento novas folhas...verdes, muito verdes,

Pra não desmaiar, a poesia!...

autoria:: Suzete Torres









sábado, 3 de março de 2012

Voo livre

Que tuas cores alegrem o prado
Revigorem as flores, umedeçam a
Terra, verdejem a relva, verberem
O delírio das pragas daninhas que
Devastam os sonhos e aniquilam os
Desejos...


Que tuas asas se abram com força
De vida, clamando a beleza que do
Ocaso se avista, beijando a luz que
Visas da lua, elevando ao céu a prece
Esquecida...


Vá borboleta, de mim...avance teu voo
Eu te libero, com passe de volta...livre
Pra mim!!


autoria:: Suzete Torres


"Dai-me braços, abraços, laços...que me rendam luz"!
                                         (Suzete)

quinta-feira, 1 de março de 2012

"Causos"....





A rede na varanda,

A lua lumiando o calcanhar,

No bule, café aromando,

E muita estória pra contar...





Melhor é apagar da ideia

Essa estória e nem contar...

Lembrança dá dor no peito,

É perigoso recordar...



Deixa a rede pro tempo, o café

E o luar...o tempo é que vai contar.

Sabe ele, que a moça do calcanhar

Lumiado, amou demais nessa vida...

Por isso ela pode chorar!


autoria:: Suzete Torres





terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Camaleão







O camaleão muda de cor pra  confundir com a natureza. Pra se dizer da intemperança,




o céu altera o seu azul. Ondas do mar se fazem grossas, como espuma, para alertar os pesca-




dores sobre a maré...ou está pra peixe ou é só rede vazia. Pássaros alternam o voo, de alto para






rasante. No chão buscam alimento, no alto a liberdade.




Tempestade é anunciada quando as nuvens se amontoam, e , de brancas ficam cinzas...um cinza






tão escuro que tão logo surgem relâmpagos e trovoadas.




Estrelas cintilam na noite, ou até nem cintilam se o céu que lhes acolhe, estiver tão carregado.




A noite se torna dia quando surge a alvorada. O dia vira noite ao som das badaladas,




do relógio lá da igreja, pontuando as seis horas.




A lua tem suas fases, marcadas no calendário...vai crescendo e engordando até




Virar luar, em noite de lua cheia.




Voltando ao camaleão, bicho feio e enganador, não quero ser como ele pra disfarçar




Minha dor...quero ser como a lua...em cada fase, eu mesma...em sintonia plena com o




meio ambiente do amor!

autoria de :: Suzete Torres












sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O espelho





O espelho reflete o rosto da moça

Que, sobre seu destino, não refletiu

Um dia...

Espelhou-se em quimeras refletidas

Das promessas e fantasias...

Hoje, procura a moça o seu rosto,

Como fora um dia...

O espelho não reflete o que procura

A moça... hoje se espelha em seu

Destino e vai buscar outro espelho,

Sem quimeras e fantasias, que reflita

Simplesmente... o cansaço de uma vida!


autora:: Suzete Torres

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Pierrô sem colombina





A madrugada sedenta de confetes

Ficou só...sem colombina e serpentinas.

A matéria pálida, como cera que se esqueceu

Do brilho, inerte e fria se descobriu...

Os lábios, antes cálidos, agora impassíveis,

Ao tocá-los,  a certeza do esfriamento

Insensível e eterno...

Na lapela da manhã ficaste gravado, e , até

Que tudo se desfaça pelo tempo, o silêncio

Mórbido se insinua...

Sem fluxo e sem luz, sem sonhos a querer,

Sem cirandas e fantasias... apenas o relicário

Da memória de cada um!




autora:: Suzete Torres

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Sob....

Sobre a lápide, flores
Abaixo dela, o corpo inerte
Pela mão descorada, feia e
Arbitrária...que cala, sem hesitar.
Possessiva, cruel...leva e não devolve!
É o espectro do horror...é ela, que
Aniquila quem ama, que impõe sua
Vontade sem pedir licença, deixando
Ninhos vazios e corações apertados!
É ela, péssima mestre que não sabe
Ensinar a equação de sua fórmula...
É ela, que, em seu laboratório, pratica
A Física...traiçoeira e implacável,
É ela...
Sobre a lápide, flores...
Sob ela, a Morte!




por:: Suzete Torres 


"Sempre escrevo sobre saudade, mas hoje senti o desejo de nomeá-la...tenho esse direito!"





















quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um pouco do tudo





Cantamos sempre o mesmo canto,

Compartilhamos as mesmas alegrias,

Choramos juntos o mesmo pranto,

Caminhamos num único encantamento...

Criamos a sedução, um para o outro,

Foi você um pouco de alimento, fui eu

Um pouco de guarida...

Fomos nós, o trigo e mel por muito tempo...

Mão na mão...misterioso amor!

Há de ter um filó em tudo isso, que cobre

no tempo, o arrastão...você não é mais meu,

Eu não sou mais sua...

Será inesperada a descoberta...disfarçada de

Meu próprio engano, declino-me sobre as

Memórias e finjo um contentamento,e ,

Faço versos, deveras inexatos...

por:: Suzete Torres

..."e eu lhe direi: amigo, esquece...o meu esquecimento foi sozinha"!

Fleuma




por:: Suzete Torres






ИзображениеNa estrada, a neblina...

Não há rosas beirando o

Caminho...

Procuro uma rosa insolente que

Acorde a manhã que não quer acordar.

Essa fleuma me encalça, nela me

Desfaço...num cansaço de mim.

Oh! rosa, diz pra mim teu esconderijo,

Conte-me o teu segredo...mostre pra
                                                                                                   
                                                                                                    Mim tua cor...que eu criarei em

                                                                                                    Silêncio, um vale infinito de amor!                                                                                      

                                                                                                 








                                                 
                                               






























































quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Louvado seja...

Quanto riso e lágrima, sofrimento e dor,
Desesperança e esperança,
Solidão, prazer, apelo, consolo,
Mentira e verdade, vitória e conquista,
Derrota, desengano, paixão e morte...
Para que a vida valha a pena?


Canções e livros, suor e arte,
Azar ou sorte, o bem, o  mal,
Amor desperdiçado, ira, ódio,
Palavras não escritas, ditas
Ofensas, arrependimento...
Para que a vida valha a pena?

Noites mal dormidas, pesadelos,
Pílulas, o corpo e a forma, ócio,
Vigilância, vigília, trânsito, sinais,
Verde, vermelho e amarelo...
Para que a vida valha a pena?

Espelho, rugas, pele e cabelos,
Mãos e pés, pedestal e fama,
Compromisso, culpa e punição,
Fotos e vídeos, fatos e boatos...
Para que a vida valha a pena?

Quanta complicação! Não estariam
Certos os nômades, por certo, destino
Incerto...o sim e o não.
Amores únicos, predestinados...
E,.....
Louvado seja Deus, para que a vida valha a pena!
                                                                               por:: Suzete Torres

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ensaio

Para esconder o meu desejo,

Olho disfarçadamente para o
Meu corpo, como se fosse possível
Enganar minha vontade...

Assim se vão em pensamento, os mais

Longos momentos de pura e ingênua
Cumplicidade no contexto de um amor
Infinitamente belo, transgressor até, ao
Limite de quem ama...

Na prática da solidão, hoje, não compartilhada
Revelo em mim e para mim, o que sobrou desse
Amor: um lamento intrínseco, um pesar silencioso,
Um encontro frio com a distância amiga...entre eu
E tu!


por::Suzete Torres



"Encontros com minha essência me impedem o precipício final"!
                                               (Suzete)



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Silêncio





Boca que deseja

Abrir em leque os

Fragmentos de sentenças

Não pronunciadas...

O vazio...

Presença sem voz, apenas...

Minhas palavras não se

Rompem perante tanto

Silêncio explícito do

Não querer ouvir...

O "querer dizer"...sufoca,

Não há como...

Só o eco de um sussurro

Incompleto, ainda...

Presença física

Que não diz, cala...

Lábios semiabertos,

Sempre ensaiando dizer.

Fala...pra que eu possa

Escapar da angústia de ser

Única...

Receio um grito estridente

E histérico...

Lábios entreabertos,

Deixa que eu diga,

Ouça...retorna-me!

Não me aquiete mais

O verbo...

Deixa que eu o revele,

Pra que amanhã quando

Meus olhos estiverem

Semiabertos, e minha

Voz emudecida, não

Queira que eu responda

À pergunta, que, com certeza

Não lhe calará:: Porque?

por:: Suzete Torres

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Árvore do tempo



Hoje eu só quero sentir a brisa do tempo
Lembrando daquela jovem árvore que não
Ouviu o vento, deixou de florir nas tardes,e,
Nenhum pássaro a pousou...
Quero essa brisa leve, bem suave em minha
Pele, por onde o tempo passou...


Hoje eu só quero saber do vento, se ouviu
De minhas preces, tantos lamentos, tormentos,
Todo instante perdido, pedindo do sonho, a certeza...
Quero a cumplicidade do tempo, me
Querendo como sou...que o amor desordenado
Fez de mim sua bem amada, e , feridas curou!


Quero de volta a jovem árvore desejando o
Crescimento, florindo em manhãs e tardes,
Fazendo sombra aos enamorados, dançando
Com o vento breve, um pássaro azul em seus
Galhos, cantando...atraindo o amor!


Quero esse tempo em mim, agora passando
Lento, sorrindo em meu seio branco, molhando
Os lábios pintados, afagando as mechas prata,e,
Sobre meu corpo pousar...tão devagar... pra sentir
As curvas traçadas, contidas...e, contidas de tanto
Amor!




por:: Suzete Torres


" A noite preserva o perfume das flores das manhãs"!
(Suzete)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Manhã-mulher



A natureza e os sentidos despertam
Na manhã audaciosa e perigosa...
Sonho e realidade se misturam, num
Momento fugaz...imortalidade clássica
Das flores, que só desvanecem com o
Por do sol!...

A fragrância no ar, duradoura e pertinaz
Toca em mim, mulher, como um suave
Beijo úmido que inebria a alma, sugere
Um encantamento...deslizante pelo meu
Corpo, acordando os desejos.

Roubados de mim, a sensatez e pudor,
Desperto-me, e num instante mágico
Me visto, como a manhã, e , sem
Pensar em audácia e perigo, percorro
O jardim vestida de um cetim...macio


Como a pétala de rosa, fresco como as
Margaridas orvalhadas, rubro como os
Cravos...mistura clássica das notas do
Coração que se abrem num misterioso
Perfume de mulher!

por:: Suzete Torres


"Sempre há um amanhã...mas a feminilidade da manhã é a mulher"!
                                                  (Suzete)

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Amor por Amor

Banco de Imagem - caminho, através, 
jardim. fotosearch 
- busca de fotos, 
imagens e clipart


Quando o amor acontece as flores se partem no ar,

Botões se abrem no mar, estrelas abrem diálogo

No céu e a lua se enche como um balão de gás!

Quando o amor acontece a gente parece levitar, o

Mar murmura ondas risonhas, estrelas sintonizam

Minha voz...e, todos os meus sentidos tateiam bem

De perto, os coloridos balões de gás...


Pelo caminho do amor ando leve como plumas,

Como brisa da tarde, como seda que esvoaça

Com o vento inesperado, como folha que sugere

Um declínio...pelo sopro desse vento, que é só

Pra refrescar...

Na leveza sustentável do amor, amo o amor...

Sustento meu corpo e alma, caminhando só

Com amor!!


por:: Suzete Torres












segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pitaia





Aborrece-me às vezes, a simetria das coisas,

Ao observar a natureza desigual e tão perfeitamente

Bela...

Assim penso a vida!

É aqui do lado de fora deste mundo, que vivo.

Tudo é diferente dos meus sonhos...não os desejo

Em formas, os desejo assimetricamente, com o absoluto

Sentido de sentir a vida em movimento, como o balanço

Das folhas quando lhe roçam o vento...





As emoções concavas em bordas de luz,

O convexo da ilusão deixando a paz,
Um abraço estreito a expressar afeto,
O sorriso largo a demonstrar felicidade,
Lábios entreabertos oferecendo um beijo,
Uma lágrima apenas, gritando as saudades,
O olhar ressacado pela despedida,
Uma onda de frio a variar com o tempo,
O calor nas mãos pelo querer tanto,
O corpo valente na certeira espera,

O avesso da vida excedida em prantos,

Mãos espalmadas a oferecer encantos,
O aroma de rosa saído da campânula,

O sabor de amora salivado na cereja,
A pitaia ao meio a duvidar-me o gosto...
As sementes negras no interior da polpa,
O florescer noturno junto com a lua,
O perfume dela a se espalhar na noite,
E a mudar seu nome....dama da noite!
Não me aborreço nunca com a natureza,

Ao senti-la altiva e sempre menina a

Suspirar docemente, ainda que sentida!

Sua perfeição não precisa de simetria...

Por si só, ela é harmonia!!

por: Suzete Torres

sábado, 28 de janeiro de 2012

Sobre o tempo...





Eu não sabia que o tempo não é por si só, tempo.

Não é ele que nos atravessa...o homem é que por

Ele passa...alguns o atravessam depressa, outros

Bem lentamente...

Alguns se transformam dentro dele, outros, apenas

Passam ...outros o aproveitam.

E, nas cavernas do nosso interior, o desprezamos.

O tempo é o Senhor, a majestade valiosa que faz

Por merecer da nossa psiquê, alguma coisa de mais

Profundo, o entendimento sutil da sua importância.

É no tempo que colocamos as feridas, as dores, a

Saudade, os desenganos...pelos quais ele não é

Responsável...mas acata ,sobrecarregando suas

Costas, até envergar-se!

E, à sombra do nosso egoísmo, o abalamos.

Quem o atravessa apressadamente, não o reconhece

Como um aliado da alma...quem o faz lentamente sabe

Do seu valor e da sua estrutura tal qual uma escultura

A ser apreciada...sempre!

Os que dele aproveitam, dançando como anjos a dança

Etérea da sabedoria, se equilibram em sua linha , e , numa

Apresentação vibrante se rendem ao maior espetáculo que

O tempo pode ensinar...os sentimentos atemporais...nada

Termina, tudo continua...no tempo de cada um!

E, no entendimento temos luzes a iluminar nossos porões!

por:: Suzete Torres


"Na obstinada luta contra o tempo só me afligi...na confiança, me compreendi"!
                                                       (Suzete)


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012


                                                         Fragmentos

Vibra em mim a alegre certeza de que as flores não mentem, não se cobiçam 
E não se atacam...não porque não falam, como diz Cartola, mas sim porque
Pertencem a outro reino...onde há apenas a beleza do silêncio, revelado pelo
Movimento leve e carinhoso do vento, que nunca quer machucar.Se observo
Um  bouquet preso ao laço de fitas, fico a pensar se as flores gostam de sair
De suas raízes...porque os bouquets são efêmeros...duram muito pouco tempo
Nos vasos ornamentais! Melhor seria ofertar uma semente, docemente...




"Teu nome é dor,
Ao pronunciar palavras
Que ferem, articuladas
Com a ausência do amor...

Teu nome seria  benção,
Ao pronunciar palavras
Que curam, articuladas 
Com a presença do amor...

Teu nome seria flor,
Ao silenciar palavras rudes,
Que fragmentam um todo
Que já se foi"!

por:: Suzete Torres



"Nunca me envolvo em sedas, mas a transparência é minha catarse"!
                                                   (Suzete)