Nesse espaço renovo forças, aprimoro pensamentos, delibero sonhos e revelo o muito de mim....
domingo, 13 de novembro de 2011
Poesia sertaneja
No sertão , a lua surge mais cedo ,
Aflorando a nostalgia , da mocidade
Perdida e penhorada em costumes
Diferentes das grandes cidades...
A lenha queima mais cedo e a brasa
Logo se forma nos grandes tachos
De cobre...os ensopados cozinham
Bem lentamente!
E o coração da moçada ?
Lá no sertão , espiam a lua
E a ela , pedem um amor , ou
Pelo menos , um namorado...
A seca é grande e cruel , lá no
Imenso sertão! Pobres moças !
Quanta virgem casadoira sem
Um par de emoção...
O realejo toca...bem lá no sertão,
A morena tira a sorte ::Há de vir,
Por sorte , um visitante noturno!
O coração da sertaneja , alvoroça
De paixão...será ele , um cavaleiro?
Não... a sorte de tudo não errou,
Veio sim , a galopes , raios
E trovões...que alvoroço no céu !
A moçoila nem chorou ...
Porque pediu ao realejo , que
Também chovesse no sertão !
por :: Suzete Torres
Passado
Falar do passado , ficar assolado
Ao chão que pisou...é sofrimento
Demais para quem não quer mais
O amor que se foi.
É trazer ao momento , lembranças
Borradas que o tempo apagou, é
Pedir à mente que remexa os retalhos ,
Revolva os pedaços...pra nada, depois.
Falar do passado , sem alguém ao seu lado ,
Se faz perigoso demais !
É a coragem obscura ,instante de loucura ,
Lembranças sem molduras...pra nada , depois.
É querer colar gravuras sem cola alguma ,
Filmar em negativos e não revelar,
É perder-se do agora ,permanecer no "outrora",
E não se reencontrar depois !
"Quando o passado me assediar , saio "à francesa" , sem ninguém me notar"!
(Suzete)
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