segunda-feira, 19 de março de 2012

Como a amoreira...




Vazio de amor, vinha


Cálido e sedento, como
Andorinha perdida,que
Dispersou do seu ninho.
Meus lábios, qual amora

Em licor, foram o cálice
Que o fez ébrio do visco

Doce dos lábios meus...



Meu corpo, quase frêmito de

Tanta espera e desejo, hospedava

O seu como anfitriã que não nega
O acolhimento...
Sempre tão breve
Era a sua despedida, mas
Sem nunca acenar um adeus!

Como a amoreira que cede

Às suas folhas, o bicho-da-seda,
Fomos tecendo o nosso mistério

De amor...revestido em seda fina,

Perolada e rara...como o fluido

Volátil que o desfaleceu pra sempre,

Num silêncio inquebrantável...como

Gosta, a chama!





autoria:: Suzete Torres