segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pitaia





Aborrece-me às vezes, a simetria das coisas,

Ao observar a natureza desigual e tão perfeitamente

Bela...

Assim penso a vida!

É aqui do lado de fora deste mundo, que vivo.

Tudo é diferente dos meus sonhos...não os desejo

Em formas, os desejo assimetricamente, com o absoluto

Sentido de sentir a vida em movimento, como o balanço

Das folhas quando lhe roçam o vento...





As emoções concavas em bordas de luz,

O convexo da ilusão deixando a paz,
Um abraço estreito a expressar afeto,
O sorriso largo a demonstrar felicidade,
Lábios entreabertos oferecendo um beijo,
Uma lágrima apenas, gritando as saudades,
O olhar ressacado pela despedida,
Uma onda de frio a variar com o tempo,
O calor nas mãos pelo querer tanto,
O corpo valente na certeira espera,

O avesso da vida excedida em prantos,

Mãos espalmadas a oferecer encantos,
O aroma de rosa saído da campânula,

O sabor de amora salivado na cereja,
A pitaia ao meio a duvidar-me o gosto...
As sementes negras no interior da polpa,
O florescer noturno junto com a lua,
O perfume dela a se espalhar na noite,
E a mudar seu nome....dama da noite!
Não me aborreço nunca com a natureza,

Ao senti-la altiva e sempre menina a

Suspirar docemente, ainda que sentida!

Sua perfeição não precisa de simetria...

Por si só, ela é harmonia!!

por: Suzete Torres