A calma e vagarosidade de certas pessoas,me dão impressão de doença.É o contraste do estado letárgico com o que move contínuamente...
Viver e conviver com pessoas assim é como ir a um parque de diversão,e ver a roda gigante girar sem ninguém.
Eu tenho medo de roda gigante,mas não tenho medo de girar pensamentos e muito menos de expressá-los.Os movimentos retardados,automatizados provocam uma angústia tão grande que me levam à escrita rápida e muitas vezes,subjetiva.Mas não há outra maneira...às vezes me lembro daquele filme Shirlei Valentine,que,ela conversava com os azulejos...tamanha solidão sentia.
Até que ela resolve viajar para outro país ,deixando a própria casa e com intenção de não mais voltar.Só assim para seu companheiro sentir sua falta...e ir buscá-la.
Filme é filme...minha realidade é outra.Penso até que,no meu caso,não faria falta alguma...como um vaso que mudou de lugar e passou despercebida,a mudança.
Não há querer,ninguém vê nada...todos tranquilos diante da sua própria realidade.
Então diante desse quadro cotidiano,vêem à lembrança a casa onde nasci...meu pai com passos ligeiros,minha mãe de avental sentada à porta da cozinha descascando batatas,a mesa posta para a refeição e vozes entre nós...Vozes!!!vozes!!!Oh!vozes como gostaria de ouvir.Eu me sinto cúmplice dessa realidade vivida um dia,porém renego desgostosamente o silêncio que persiste e insiste em silenciar!
Não peço baterias,pandeiros,sanfona,tambores...apenas o diálogo trivial,como o arroz e feijão que faço todos os dias,sempre dando e doando sabores. Por::Suzete Torres