Desagarradas de suas hastes,
Secas e quebradiças, desfalecem
No solo ardente, as folhas dessa
Estação, que tristonhas e avulsas, num
Movimento de partida, se vão...
Frágeis, desprotegidas, amareladas e
Combalidas pelo sol castigante do
Verão, vão elas, arrefecidas, do verde
Que iluminou o corpo que as sustentou.
Sem água e sem ar, exaustas de calor,
Vão as folhas prenunciando a vinda da
Nova estação...
Faz-se a iminência do outono na anfitriã
Atmosfera que recebe com um certo refresco,
A visita do novo tempo...
Tempo de belos ocasos, linda manhãs, noites
Brisadas , luares de inspiração...
É o outono o declínio das antigas paixões, das
Madrugadas convulsas em pensamentos vãos.
No outono me sinto viva, pronta de coração, e,
Num movimento de encontro com minha haste
Vazia, tento novas folhas...verdes, muito verdes,
Pra não desmaiar, a poesia!...
autoria:: Suzete Torres
Suzete! ..."Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira."
ResponderExcluirCecília Meireles, mestra em poesia da vida... traz-nos este ensinamento!
Abraço, Célia.