segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Meus pés...




O chão espia meus pés,

Avalia-os cansados, exauridos...

Com um rápido olhar, inclino

Para eles e constato a exaustão.




Árduas caminhadas andei...

Não pisei sobre pedregulhos,

Mas como se fossem...

A extensa trilha percorrida

Pela minha alma, deixou marcas...




O tempo se moveu; esperou auroras,

Despertou esperanças, enganos e

Desenganos, acolheu meus prantos,

Gritou ao vento, vibrou meus pulsos,

E veio silenciar em meus pés...um

Silêncio amigo, apenas agora percebido...




Enquanto não há beleza em meus pés,

Há a expressão da dignidade exercida,

No confronto com a sobrevivência, e,

Há a imagem que ficou...da serventia,

Que hoje salivo essa servidão humana

Com náuseas...













Irrefutável é o cansaço da minha base,

Mas irrefutável também é a condição

De minha alma...hoje, um crepúsculo

Espelhado em meus pés!




E, com olhar significante, observo-os...

Sei que as marcas não desaparecem, mas sei

Que um réquiem poderá suavizá-las...

O tempo continua se movendo...é nele

Que colocarei meus pés para descansar...como

Numa bacia de água morna, com muitas e muitas

Ervas aromáticas e relaxantes...mas pouco "pisar"!













por:: Suzete Torres