sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ABCDÁRIO...


Atalho que não se corta
Buraco que não se enche
Caminho que não se evita
Dádiva que não se pede
Encontro que não se quer
Flores que se dispensa
Grito que não se cala
Hora que se quer parar
Impotência que não se vence
Jacarandá que não tem valor
Luz que só quer apagar
MORTE...
Navio de um só timoneiro
Orquídea que não floresce
Poema que não se escreve
Querência que não se procura
Rumores que atrapalham
Silêncio que incomoda
Tempestade em tempo bom
Urtiga que arde e queima
Violino desafinado
Xador que causa fobia
Zig-zag...morte e vida
              vida e more!!!                                                      Por::Suzete
             

Convicções


O vento leva as folhas sem perguntar para onde querem ir...
Elas acabam se distanciando da árvore de origem e vão se
aportar,sabe lá...onde!
Assim...a vida!
Por sorte,a alma livre de grandes pecados,irá encontrar os
braços de Maria e neles se confortará...
Como o vento, a vida também levanta o pó da matéria que
já não consegue ficar na vertical...
Foi expirado seu tempo...agora sòmente o mesmo tempo
para acalmar as lembranças...Sim,pois elas se agitam  e
trazem a saudade.Essa dói...como a árvore que ficou sem
as folhas...Mas a árvore receberá outras folhas!
E a vida não devolverá a matéria em horizontal...mas  sei
que,olhando para o alto poderá se ver uma cintilância qualquer,
a que denomina-se o que quiser::estrela,lua,sol....Há quem chame
apenas de Luz...porque luz já diz tudo...
Eu,particularmente daria o nome de Mãe...porque ela é única,não
tem reposição e tampouco está sujeita às intempéries...
Mãe...atravessa o tempo e o espaço,
         se faz presente em toda a vida,
         não abandona os corações,
         sorri a todo instante,
         usa sua voz constantemente,
         articula palavras de bem,
         aquece nosso sono,
         e brilha incessantemente...como farol,iluminando nossos passos!!!Por::Suzete

Onde irá...onde irá meu pensamento


Há coisas que não precisam dizer
Sentir é o bastante...
Escrever...às vezes é preciso

Setembro...atmosfera de primavera
                 primavera invoca o verão
                 Quando cantam estridentes,as cigarras

Os ipês já terminaram sua florada
                Amarela,violácea,branca ou rosa,
                De qualquer cor...belíssimos!

A paz recai sobre o vazio...
                                     A paz não preenche o vazio
                                     A paz é percebida...ela existe
                                     Para ser companheira impalpável
As estações também são assim...
                                                Não se toca o inverno...o sentimos
                                               O verão...o suportamos
                                               Do outono,comemos seus frutos
                                               Da primavera, colhemos as flores...
Sob a terra, a matéria...
                Sòmente o nada
                A alma é levada suavemente ao infinito
               Onde tudo é princípio,meio e fim...

No final da florada dos ipês
Enquanto as cigarras não começam a cantar
Quando o inverno vai chegando ao fim,
E a primavera chegando...sobe ao céu a alma serena
No silêncio...Tão grande o silêncio,que é possível
Ouvir...como uma pena,que de tão leve se faz perceber...
...Nem inverno e nem primavera.
E sem o som estridente das cigarras!!





                         
                                    

Por::Suzete