segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Colombina



Aprontou-se toda e foi ao baile das máscaras.

Infiltrou-se no salão, no meio da multidão ao som

Da orquestra mais refinada do lugar...De tão

Bem feito seu disfarce, ninguém a reconheceria,

A menos que chorasse e pelas lágrimas desbotassem

A pintura de seus olhos....jamais visto iguais;duas contas

Negras nas covas alvas da face branda e faceira...

A silhueta bem contornada e fina acompanhava o

Ritmo da música inebriante, absorvida pelos sensíveis

Ouvidos dos mascarados...De repente um pierrô ao

Esbarrar-se naquela colombina, querendo se desculpar,olhou-a

Fixamente...disfarçadamente, ela desviou-se

Daquele fixo olhar...O pierrô pegou-lhe pelo braço, como

Quem quer avaliar algo muito precioso...Ela resistiu!

Foi então que, abrindo a bolsa retirou dela sua juventude...

E sem piscar, correu o lenço sobre os olhos, e, desapareceu.

Devolveu seu riso ao rosto e continuou sozinha, a passos largos,

Dançar....ao som da música que um dia, fora a mesma no altar!

"Para o pierrô, ficou o envolvente perfume de um lenço, no ar"!


por:: Suzete Torres






O Lírio





Como o lírio que se equilibra em sua haste,

Como sua alva cor que se assemelha à neve,

Como a raridade em sua beleza e forma...

Quero minh´alma assim...

Vestida de branco, apontada para o firmamento,

Desbravando ideais numa sequência de encantos,

Num desejo infindo de amar...

Quero, como o lírio, o equilíbrio da minha mente,

Direcionada sempre para o horizonte em forma de

Canção...sonoridade calma, entonação afinada com

O universo me tirando pra dançar...

Quero a brancura do lírio em contraste com listras

Das cores do arco-íris...

O perfume da açucena rompendo manhãs, encerrando

A noite...

A pureza madura de quem quer ser outra!



por:: Suzete Torres