sábado, 26 de novembro de 2011

Perda




Nas pisadas da areia, deixa marcas

Que nem o vento as desfaz...

Mistério de um insólito desejo de ficar,

Impregnando a fina areia com o suor

Da desesperança e do abandono ...

Irremediável desconfiança de si, da qual

Qual nunca se libertou!




Alma dilacerada pela vida, que a rejeitou,

Coração árido pelo tempo, que o esqueceu,

Pensamento entediante e inatingível, que a

Ciência não se interessou...

Nas pisadas da areia, marcas profundas,

Mixadas com sua própria estranheza...




Encharcando os grãos de areia de suor,

E bem distante de sua órbita íntima, traça

O opúsculo de sua obra existencial...

Continuou a pisar na areia, hora aqui,

Hora acolá...sem saber onde deixou a

Sua identidade...




Continuando envolto nesse mistério, e,

Fincado na areia por mais tempo , encontrou

No aqui ou no acolá, um cavalete, trapos ,

Tintas e pincéis, ressecados pelo tempo...mas

Não mais que sua alma! e finalmente acontece

A descoberta de sua identificação...




Recolhendo os apetrechos encontrados,

Crava o cavalete na areia fina...e, sem a

Tela, usa uma folha seca trazida pelo outono,

E nela imprime com um pincel de acabamento,

As suas iniciais...ainda tenta esboçar na folha

Seca, a última pétala da rosa iniciada!!! por:: Suzete Torres


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