Olhos
de embriaguez
Lábios
cor de morango
Faces
duas maçãs
Passo as mãos pelos cabelos e nuca,
Num movimento comprimido...
Viro a cabeça uma vez,de um lado
Igualmente, do outro...
Pego-me nua frente ao espelho...
Penso:
corpo ainda fértil para aleitar um amor.
Namoro-me mais um instante,
ainda nua
Um frêmito nas mãos
Vergonha
Abro o chuveiro deixando cair a água morna ,
Que acalma e relaxa...
Da cabeça aos pés....
Depois...envôlta em toalha branca e macia,
Volto ao espelho...
"um que" de mistério no olhar
O reconhecimento,talvez...
Cai a toalha ao chão...
não me importo
Diante desse momento mágico,sei agora
Que tenho sede de carinho,e, que em meu corpo
Pode morar ainda, um grande e verdadeiro amor,
Um amor por excelência...como os meus cabelos brancos...
Então visto-me,passo um baton,borrifo em minha pele,
Água de lavanda....
Pego um livro,
Na página que abri,leio::"São tão contraditórias as flores!Eu era jovem demais para saber amar"...(Saint -Exupèry)
Por::::Suzete Torres