Aprontou-se toda e foi ao baile das máscaras.
Infiltrou-se no salão, no meio da multidão ao som
Da orquestra mais refinada do lugar...De tão
Bem feito seu disfarce, ninguém a reconheceria,
A menos que chorasse e pelas lágrimas desbotassem
A pintura de seus olhos....jamais visto iguais;duas contas
Negras nas covas alvas da face branda e faceira...
A silhueta bem contornada e fina acompanhava o
Ritmo da música inebriante, absorvida pelos sensíveis
Ouvidos dos mascarados...De repente um pierrô ao
Esbarrar-se naquela colombina, querendo se desculpar,olhou-a
Fixamente...disfarçadamente, ela desviou-se
Daquele fixo olhar...O pierrô pegou-lhe pelo braço, como
Quem quer avaliar algo muito precioso...Ela resistiu!
Foi então que, abrindo a bolsa retirou dela sua juventude...
E sem piscar, correu o lenço sobre os olhos, e, desapareceu.
Devolveu seu riso ao rosto e continuou sozinha, a passos largos,
Dançar....ao som da música que um dia, fora a mesma no altar!
"Para o pierrô, ficou o envolvente perfume de um lenço, no ar"!
por:: Suzete Torres